oitos

é menina, eu não sei de nada, controlo pouco e faço muito.e cansa.tudo cansa. não tenho energia para encarar os problemas e procuro me esconder dentro da ficção de banca, aonde tudo acaba bem. mas olha, vou te dizer, eu trabalho muito.estou cansada porque trabalho mesmoe não reconheço o tanto de energia que destino acadade-ta-lhe-zi-nhona vidae no fim das contas eu acho que cansei à toaque não trabalhei o suficiente, ou cozinhei o suficiente, ou reciclei o lixo o suficiente, nem lavei a privada o suficiente, nem me importei com os sentimentos dos outros o suficiente e nem saber relaxar … Continuar lendo oitos

“Minimalismo Já” e suas armadilhas

Primeiro dia do ano e a Netflix lança um documentário ( um docudrama, pra ser mais exata) sobre minimalismo, aproveitando a carona nas promessas de ano-novo, com toda aquela energia (que dá pra sentir no ar no mundo ocidental) de mudança, transformação, vida nova, novos hábitos e folha em branco. Se você já assistiu a esse filme e gostou, recomendo o filme anterior, da mesma dupla, que é mais informativo. Se você não viu nada e não sabe do que estou falando, explico: minimalismo é um movimento de pessoas que buscam viver com “menos coisas” para dar espaço ao que … Continuar lendo “Minimalismo Já” e suas armadilhas

Li muito e escrevi pouco

As estatísticas já se transformaram em um clássico de final de ano na internet. Sabemos quais músicas mais ouvidas, quantos livros lidos e há quem conte ainda as séries e filmes. Para nós, meros usuários, esses números podem servir para balizar metas do ano seguinte, refletir sobre o breve passado ou apenas como um pedaço de entretenimento fornecido pelos seus aplicativos do coração ( é claro que esses números significam muito mais$$ para as empresas, mas isso é outro assunto). As estatísticas do meu caderninho de papel cheio de cores e caos me dizem que em 2020 eu li 41 … Continuar lendo Li muito e escrevi pouco

Feijão queimado

 — Mãe, lembra daquelas férias em que acampamos na sala?  Ela abaixou a xícara de café e tentou retomar a cena. A maioria das férias em família era na casa da irmã, na praia.  — Na sala da nossa casa, lelê? Que engraçado, não consigo me lembrar disso.  — Sim, foi quando o papai esqueceu a panela no fogo e as paredes ficaram com cheiro de feijão queimado por dias – disse abrindo um largo sorriso. Eu venho pensando muito na minha infância ultimamente, e essas férias sempre me chegam com uma sensação boa, de segurança e carinho, sabe? Eu acho que devia … Continuar lendo Feijão queimado

Feliz Ano Novo!

“Feliz ano novo!” A piada brasileira pronta para se repetir, ano após ano, nos dias que seguem a fatídica quarta feira de cinzas. Embora eu deteste essa brincadeira por dar a falsa impressão de que as semanas de janeiro e fevereiro sejam da mais pura tranquilidade, quando na verdade o trabalho e a rotina de casa dizem o contrário, desta vez eu senti vontade de refletir sobre a anedota. A melancolia presente nas últimas horas do feriado de Momo, prima-irmã daquela que surge com a vinheta do Fantástico nas noites de domingo,  diz o seguinte: acabou o sossego. A partir de … Continuar lendo Feliz Ano Novo!

Amarelo

“Há um elefante sentado em meu peito” é a melhor metáfora que ja vi para descrever o que sinto. Há um elefante sentado em meu peito. Mas se o peso do elefante é real, a metáfora deixa de ser metafórica? É certo que não há a mais remota chance de um animal deste porte se encontrar literalmente sobre mim. Moro em um centro urbano e de acordo com o google maps o elefante mais próximo se encontra a 6,4km de distância, no zoológico da cidade – que é supreendentemente perto de minha casa –  e mesmo com a distância literal o peso … Continuar lendo Amarelo

Sangue, suor e lágrimas.doc

Minha última publicação por aqui foi em 2017 e isso tem um claro porquê chamado MESTRADO. Ingressei no programa de Pós-Graduação em Literatura Cultura e Contemporaneidade da PUC-Rio em março de 2017 e defendi minha dissertação em abril de 2019. Neste tempo, estudei muito, li muito, escrevi muito, surtei muito (beijo pra minha terapeuta!) e as postagens daqui não estavam nem entre os dez primeiros itens da lista de prioridades. Agora, pós-ressaca da defesa, senti vontade de escrever de novo sobre o tema de minha dissertação. Acho que imbuída pelo espírito da Bienal do Livro, evento que reúne as turmas … Continuar lendo Sangue, suor e lágrimas.doc

Aquela última fatia de torta

Certo dia me fizeram uma solicitação de troca de livros no Skoob. Eu, desapegada que sou, aceitei, mas não encontrei nada na lista do solicitante que me agradasse para que eu pudesse pedir em retorno. Eis que então a pessoa iluminada me sugeriu pegar “O Segredo do meu Marido”, da autora australiana Liane Moriarty. Assim que recebi o livro comecei a ler e me apaixonei. A naturalidade dos diálogos e o segredo que ia se revelando aos poucos junto a histórias mais complexas de outras personagens me cativaram. Terminei a leitura em tempo recorde e indiquei a todos que apareciam … Continuar lendo Aquela última fatia de torta

Agenda Carioca de Clubes do Livro| Maio

Pois é, não tive tempo de organizar nossa agenda de abril, mas a de maio está aqui já no primeiro dia do mês para todo mundo poder anotar em suas respectivas agendas os encontros mais bacanas da cidade.   02/05– “A viúva”, Clube Intrínseca, na Cultura do Centro. 02/05– Especial Lima Barreto, na Travessa do Leblon 04/05– “Quarenta Dias”, Clube7, na Travessa da Sete de Setembro. 08/05– “O Teatro de Sabbath”, Clube Barra, na Travessa do Barra Shopping 11/05– “O Estrangeiro”, Clube Blooks, Na Blooks de botafogo. 12/05– “O cão dos Baskerville”, Clássicos da Zahar, na Travessa do CCBB 13/05– … Continuar lendo Agenda Carioca de Clubes do Livro| Maio