Sabe quando você começa a ver um filme na TV e já no início percebe que ele tem um jeito de filme ruim? Mas aí uma hora se passa e você se pega ainda assistindo o bendito… e meia hora depois você percebe que o filme realmente é ruim, mas já que você passou tanto tempo assistindo ele, agora precisa saber o final dessa história? Pois bem, foi assim que me senti lendo ‘A Febre’, da autora Megan Abbot.
O suspense
Terminei de ler um ótimo livro de suspense ( Não Conte a Ninguém, de Harlam Coben) e decidi me aventurar em outra história do gênero. Fui influenciada pelo ótimo trabalho da equipe do marketing da editora Intrínseca e decidi conferir o tal do zunzunzum sobre ‘A Febre’.
A apresentação da história é interessante: uma adolescente surta e convulsiona na escola e alguns dias depois, o mesmo acontece com muitas de suas colegas, e ninguém parece saber o que vem causando esses sintomas estranhos. Um bom enredo para se criar um suspense policial ou mesmo sobrenatural, não é?
Não.
A autora apresenta muitas histórias paralelas de muitos personagens que pouco (ou nada) tem a ver com o mistério principal. Me senti ‘enrolada’ enquanto leitora. O livro se arrastou enquanto eu descobria coisas pouco interessantes sobre um monte de gente e aquela vontade de devorar os capítulos para poder descobrir o ‘assassino’/ vilão/ causa dos surtos foi passando… chegou uma hora que decidi terminar o livro só porque, como dito no começo desse texto, já tinha lido 70% da história, questão de honra saber o final.
O final
O final não é nada demais. Não que eu, enquanto detetive experiente de livros de suspense, já o tivesse previsto. Não o previ. Não previ aquele final mesmo, mas isso não significa que tenha sido um bom final.
Li em outras resenhas que o livro deixa muitas lacunas. Isso parece ser reclamação de leitor imaturo que não sabe lidar com perguntas sem respostas deixadas pelo autor. Whatever ! Essas lacunas também me incomodaram muito! Você passa 200 páginas tentando entender um problema e no final a autora te dá uma explicação que apenas tangencia um resposta. Achei fraco. O final só se salvou por ter sido baseado em uma história real, e alguns ‘fatos reais’ tem explicações ‘meia-boca’ mesmo.
Obs:
Ah sim, já ia me esquecendo. Por se tratar de uma história passada numa escola, há alguns dramas típicos de adolescentes (amizade, sexo, drogas) que talvez possam interessar os leitores de 14 anos, o que não é o meu caso.