Quando criança, adorava ir a banca de jornal à procura do Almanacão da Turma da Mônica. Eram páginas cheias de quadrinhos dos meus personagens favoritos (exceto o piteco, pulava todas as histórias dele. pura implicância) e atividades como caça palavras, jogo dos 7 erros e desenhos para colorir. Já passei muitas férias debruçada nesses livros colorindo aqueles desenhos enormes (com giz ou lápis, porque canetinha furava o papel) e só tenho lembranças felizes desse tipo de atividade.
No ano passado, redescobri esse prazer com um livro de pintura de mandalas. A atividade é realmente relaxante e te faz esquecer um pouco do celular, da tv e das redes sociais. Por alguns momentos, meu foco é das cores e das formas e, de preferência, do silêncio. Tem gente que gosta de usar a música para relaxar, mas eu tenho o poder de concentração de uma mosca de padaria, então quanto menos estímulo ao redor, melhor.
Quando vi o lançamento de novos livros de colorir, voltados para adultos, eu fiquei encantada, é claro. Os desenhos são lindos e dá vontade de comprar todos os títulos, todas as canetinhas, todos os lápis, toda a sessão de pintura da Kalunga… e é aí que a coisa fica esquisita.
Se a idéia do livro de colorir é diminuir o stress, diminuir input de informações, ir de encontro ao multitasking, para que esse circo todo ao redor dessa tarefa?




Pintar pensando que o desenho tá feio porque você ainda não tem aquele conjunto de pastéis secos que a fulana postou não vai te desestressar.
Pintar com a intenção de postar no instagram e conseguir mais seguidores não vai te desestressar.
Julgar seus desenhos durante o processo e compará-los com o de outra pessoa não vai te desestressar.
Se chatear porque o desenho borrou não vai te desestressar.
Começar vários desenhos sem concluir nenhum não vai melhorar seu foco.
Deu para entender a idéia?
Não é errado se orgulhar de um desenho que você pintou e achou lindo e agora quer que todos seus amigos vejam, mas se esse for o foco da atividade, vai gerar expectativas, você vai acabar criando metas e prazos, pode gerar preocupações, e isso é exatamente o que a gente não quer nesse momento, não é?
Cada um usa a parte ‘terapêutica’ da pintura como quiser. Eu, por exemplo, que tenho mania de simetria, tento pintar os desenhos de forma não simétrica, procurando cores aleatórias, mas que tenham alguma harmonia de tons, para me acostumar que o ‘desenho torto’ também pode ser bonito. Às vezes percebo que mesmo assim o desenho sai simétrico, e eu rio. Dou uma risada e sigo em frente, porque para metas prazos e cobranças eu já tenho a agenda cheia.
Divirtam-se!
Estou achando fantástica essa ideia meio que de modernização dos livros de pintura. Esse incentivo não só para crianças, mas também para adultos 😍Infelizmente ainda não tenho nenhum; mas espero ansiosa pela compra no black friday. Rsss
Super beijo,
Luana http://psicoselliteraria.blogspot.com.br
@psicoseliteraria
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